Crise hídrica e as tecnologias para reuso da água na construção civil

07/02/2022
Crise hídrica e as tecnologias para reuso da água na construção civil | AGL Incorporadora

Em meio à severa estiagem e à mais grave crise hídrica do país em quase 100 anos, as soluções e tecnologias voltadas à economia de água ganharam relevância na construção civil e são diferenciais que, cada vez mais, estão no topo da lista de itens mais valorizados pelo consumidor no mercado imobiliário.

Em situação de emergência hídrica desde maio de 2020 e com a imposição de rodízio no abastecimento pelo mesmo período, Curitiba é um exemplo de cidade onde os sistemas de reuso de água passaram a ser a regra nos novos empreendimentos. Na capital paranaense, a previsão de mecanismos de captação de água da chuva em novas edificações passou, inclusive, a ser obrigatória (Decreto Municipal 1007/2020, que regulamenta a Lei Municipal n.º 10.785/2003).

Mas, além do aproveitamento de águas pluviais para redução do consumo, especialmente nas áreas comuns dos condomínios, a tendência é ir além e incorporar sistemas mais complexos e eficientes de economia hídrica, que permitam, por exemplo, o reuso das chamadas águas cinzas. Com estações de tratamento instaladas nos prédios, essa água residual da lavagem de roupa, pias e chuveiros passa por um processo que permite o reuso pelos próprios moradores.

As soluções inteligentes para o desperdício de água já estão em projetos e também empreendimentos entregues pela AGL, incorporadora de Curitiba que optou por seguir um plano de evolução que coloca a sustentabilidade real das moradias como meta prioritária. No residencial New Town, entregue pela incorporadora em 2020, os moradores já estão sentindo no bolso o resultado da adoção da tecnologia a serviço do combate ao desperdício do recurso natural.

Segundo o engenheiro e sócio da AGL, Luiz Antoniutti, a redução de demanda por água nos apartamentos atinge 18% somente em função do reuso da água da chuva e das águas cinzas, que abastecem 100% do consumo nos vasos sanitários do condomínio e dos apartamentos.

“Fizemos a escolha para esse empreendimento de um sistema bem sofisticado de conjunto de filtros. A estação de tratamento, que fica no térreo do edifício, utiliza cloro e radiação ultra-violeta para remoção de bactérias e microorganismos. Ou seja: é uma solução bem segura do ponto de vista sanitário e que representa economia de verdade. A água usada nas bacias sanitárias do New Town não entra na conta da companhia de abastecimento. Em tempos de estresse hídrico e altas nas tarifas de água, isso passou a ter ainda mais valor”, avalia.

Sistema de captação do New Town

O New Town, que fica no bairro Novo Mundo, conta também com o sistema de captação de água da chuva, implantado no pavimento abaixo da cobertura. A caixa de captação tem capacidade de 10 mil litros e a água passa por filtros que removem as partículas de resíduos maiores, para depois – recalcada com bomba centrífuga – passar por um segundo filtro.

“Com a água da chuva, o processo é mais simples. Mas, mesmo no sistema de reaproveitamento de águas cinzas, não há inconveniente para os moradores. Eles receberam treinamento de consultoria ambiental, que faz um acompanhamento técnico mensal de químico e operador, para que tudo funcione de forma otimizada. Para quem mora no condomínio, só é necessário cumprir a regra de não descartar esgoto e produtos químicos como tintas, corantes ou removedores nos ralos”, ressalta o também engenheiro e sócio da incorporadora, Giancarlo Antoniutti.

Com a economia complementar gerada por outros itens de redução de desperdício, como metais sanitários com controle de vazão de chuveiros, bacias sanitárias e torneiras, o percentual de economia de água no New Town chega a 22%.

Reuso da água no New Urban

Em 2021, as soluções de reaproveitamento de água também foram incorporadas a outros projetos da AGL. No lançamento mais recente da incorporadora, o residencial New Urban, o sistema de reuso vai alimentar regas de jardins do condomínio e limpeza das áreas externas e também os vasos sanitários das unidades habitacionais. A estação de tratamento terá filtros de areia, zeólitas (minerais de estrutura porosa) e carvão, com passagem por reator ultravioleta e aplicação de cloro para finalização.

O empreendimento, que também fica no bairro Novo Mundo, está em processo de certificação do Green Building Council e deve receber o selo GBC Brasil Condomínio após a conclusão das obras. Essa é uma certificação exclusiva para condomínios residenciais sustentáveis, que contribuem para a evolução do setor da Construção Civil com objetivos voltados  ao controle do aquecimento global, melhoria da saúde e bem-estar da população, proteção e restauração dos recursos hídricos e da biodiversidade, além da construção de uma economia verde.

Nos empreendimentos já certificados no Brasil, o cumprimento dos parâmetros propostos pelo GBC resultaram em redução média de 40% no consumo de água, 30% no gasto de energia, 35% na emissão de gases de efeito estufa e 65% na geração de resíduos, principalmente os de obras.

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